sábado, 21 de setembro de 2013

Idiotices do João [56]


Era um tal aleluia, mas compreendemos, ao lado de João. Glorificado seja nosso Senhor.
Sairemos para nos embalarmos com os ditames das trevas de ontem - nós aceitamos as sombras que se contorcem em nosso sangue, obrigado. Saudamos a beleza dos erros, nós erramos em detrimento de um perfeito comportamento inexistente - se não tivéssemos tentado, estaríamos chicoteando a tentativa não realizada. Estivemos em turnos, olhando para os lados e nos perdendo em sórdidos devaneios. É o que somos, João nos agradece de joelhos, é o pináculo das frases inarticuladas que produzimos. Seja sôfrego em suas demonstrações, ao mesmo tempo em que demonstra enorme potencial para se expressar devidamente perante uma plateia amante dos grandes espetáculos.
O chefe tocou no meu ombro, apresentou sua filhinha, havia oito anos. Nós estamos em idade próxima, digo, ultrapassamos a idade de quando a criança havia sido concebida. Ajudamos João a alterar sua ansiedade, aceite as sombras em vosso sangue, assim dissemos em concetração, eram olhos fechados para escuridão, joelhos, se você cair, se o mundo lhe virar as costas, já conhecemos de cor os versos, nós temos cor, João soltou urros guturais para a madrugada, talvez devêssemos nos admirar, poderíamos nos permitir a alguma lágrima de emoçãopor que você está olhando para mim dessa forma?, perguntou, por que você está se perdendo no vórtice desses seus pensamentos de intensidade tacanha?, eraa verdadeira pergunta, nós compreendemos, há sustos, não estávamos ali, gostaríamos de abraçar, talvez, apreciaríamos o contato, tentamos no fim como se fosse uma besta dessas qualquer, fechamos os olhos para compreender, sorrimos quando aceitamos as sombras que percorrem nosso sangue, nós cometemos erros, nós somos egoístas e carentes de maiores emoções, nós consideramos insuficientes as atuais promoções, havia mais pensamentos e precisamos resgatar, havia uma miríade de sensações quando nos afogamos cobras, serpentes emplumadas voando pelos orifícios do mundo, o livro da loucura nos auxilia com novas opções de corrupção e uma nova compreensão das trevas em nosso coração, no entanto, quando reabrimos o livros dos feiticeiros arrogantes avistamos ali um modelo de um senhor professor pertencente a uma casa antiga e nobre de mágicos do continente negro, esse senhor professor cuja missão é esparramar inspiração para um mundo carente de brilhantismo e negligente para com suas crianças, sim, o professor badass que prometemos ser antes, preencher as crianças com inspiração para que sejam algo mais, o João deve entender que seu carisma teatral deve servir às pessoas, e não a si próprio, entendemos que nosso dever é realmente ensinar o mundo, conforme nos ensinou a mestra dos números, ainda devemos retornar à grande missão, para que João finalmente possa ser digno de seu bonito discurso, foleamos os livros de tradições místicas e relembramos nosso papel no universo, aceitamos as sombras que se estrangulam em nosso sangue, nós somos o que somos, meu caro João.

**As opiniões expressas nesse post são de total responsabilidade do seu autor.**

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